O milho (Zea mays L.) pertencente à familia
Poaceae, é uma espécie nativa do continente americano, atualmente, é o terceiro
cereal mais cultivado no mundo. Esta
espécie não é nativa do Brasil, sendo considerado seu centro de origem a região
sul do México, no Vale das Balsas. Pesquisas demonstram que o milho descende de
uma gramínea chamada de teosinte ou teosinto, embora existam outras hipóteses
para explicar sua origem.
Por meio da seleção visual
no campo, a partir da seleção de características agronômicas importantes, como
tamanho da espiga, altura da planta, produtividade, mesmo que inconsciente, o
homem promoveu a domesticação do milho, originando as variedades hoje
existentes. Após essa domesticação, o milho tornou-se dependente do homem para
continuar a existir, pois algumas características, como as sementes (grãos)
envoltas por palhas, impede sua dispersão e regeneração natural da espécie.
O Brasil é o terceiro país
com maior área colhida nos últimos anos.
A cultura é um dos principais constituinte na alimentação animal,
principalmente aves, suínos e bovinos, além de ser utilizada no plantio direto,
em rotação de culturas, em plantios de soja e algodão. O grão do milho possui
fibras, carboidratos, proteínas, óleos e açúcares, podendo suprir grande parte
das necessidades nutricionais da população, sendo consumido na forma de bolos,
cuscuz, canjica e pamonhas. Assim, é considerado uma alternativa alimentar principalmente
para a região Nordeste do Brasil, onde ainda hoje, milhares de pessoas passam
fome.
Na Região Nordeste do
Brasil a cultura do milho é explorada tanto em sistemas tradicionais,
caracterizados pela agricultura de subsistência e utilização de variedade
locais de milho, quanto os plantios mais modernos, que utilizam novas tecnologias
de produção. A produção nordestina de milho é considerada ainda baixa, o que
pode ser explicado pelos meios de produção utilizados, que em sua maioria possui
pouca tecnologia, também pelas irregularidades do clima, em muitos casos
ocorrendo perda total da safra em muitos municípios, e devido a utilização de
variedades pouco produtivas.
O aumento da produtividade
do milho desde o início do último século é explicado em virtude do
desenvolvimento das linhas puras, pelo processo de autofecundação de plantas de
milho, e do vigor hibrido, que foram os responsáveis pelo impulso do
melhoramento genético convencional a partir da década de 1920. Isso permitiu
que os programas de melhoramento conseguissem introduzir novas características ao milho e que se adaptasse a diferentes regiões e condições de clima e solo.
O melhoramento genético do
milho e de qualquer espécie vegetal busca obter uma população com características
de interesse melhoradas ou obter uma geração com vigor híbrido. O futuro do
melhoramento do milho, em geral, busca o desenvolvimento e utilização de
germoplasma tolerantes a vários tipos de estresse, como a tolerância à seca,
solo ácidos ou alta salinidade, resistência a insetos, altura da planta e
qualidade nutricional.
A introdução do milho
híbrido na década de 1920 proporcionou ganho de produtividade para a cultura. A
obtenção do milho híbrido possui algumas vantagens, como associar em um
indíviduo características antes separadas em progenitores distintos, obtenção
de uniformidade e sobretudo a obtenção de genótipos superiores. Basicamente há
três tipos de híbridos, a saber: híbrido simples, híbrido triplo e híbrido
duplo. O híbrido simples consiste no cruzamento de duas linhagens, sendo o tipo
de híbrido mais aceito atualmente no mercado, em virtude de sua maior
produtividade, consequentemente é o mais caro. Já um híbrido triplo é originado
do cruzamento de um híbrido simples com uma linhagem, este tipo de híbrido é
intermediário aos outros dois. Um híbrido duplo é obtido do cruzamento de dois
híbrido simples, sendo o tipo de híbrido mais utilizado.
Após a descorberta da
estrutura do DNA e do código genético, os pesquisadores viram a possibilidade e
começaram a manipular características específicas e transferir genes de uma
espécie para outra, desenvolvendo assim a transgenia. A biotecnologia empregada
na agricultura e no melhoramento de milho, vem apresentando resultados significativos,
como a tolerância à herbicidas e resistência à pragas. Contribuiu com benefícios tanto para o
consumidor como para a competitividade no agronegócio, assim, despertando o
interesse de empresas privadas, centros de pesquisas e universidades.