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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O uso do resíduo do sisal no solo


A cidade de Valente tem uma população entorno de 20 mil habitantes, o município possui vegetação típica do semiárido,características morfológicas da caatinga. A economia da região é movimentada pelo sisal (Agave sisalana), de onde é extraído vários produtos, desde cordoaria a tapeçaria, além do forte artesanato.
A APAEB, Associação dos Pequenos Agricultores da Bahia, instalada no município, tem como objetivo promover o desenvolvimento social e econômico sustentável da população sisaleira. A associação mantém um corpo de técnicos que promovem assistência técnica aos associados, orientando principalmente na cultura e manejo eficiente do sisal.

Fábrica de carpetes e tapetes com fibra de  sisal. Valente, Dez./2012
Antes da orientação dos técnicos, muitos produtores utilizavam os piores solos da propriedade para o cultivo do sisal, desmotivados pela baixa valorização do produto, tendo assim pouca produtividade nessas áreas plantadas. As queimadas são combatidas, no sentido de não promovê-las, e para recuperar parte da cobertura vegetal perdida pelo desmatamento, a APAEB mantém um viveiro que distribui mudas aos produtores, incentivando no reflorestamento e consequente preservação dos solos da região.
Secagem da fibra do sisal. Valente, Dez./2012
Durante o processamento da fibra do sisal, após ser desfibrado é gerado um resíduo, a mucilagem, que além de ser aproveitado na alimentação animal, vem sendo empregado na cobertura de solo em roças de milho e feijão e do próprio sisal, sendo relatado que após sua adição a produtividade aumentou.
O semiárido baiano é caracterizado muitas vezes como uma região pobre, sendo o clima o principal fator responsável, não citando políticas públicas insuficientes. O município de Valente, em pleno sertão, mostra como uma organização comunitária foi capaz de efetivar a convivência e permanência de pequenos agricultores no semiárido.